O monstro!

Ele espreita… ele murmura-me ao ouvido… normalmente permanece nas trevas… sem se deixar ver. Como um predador que ataca contra o vento. Embora seja quase invisível, a sua presença desassossega-me. Embora esteja bem preso, sinto a sua respiração bem atrás do pescoço… sedento… impaciente... sem remorsos. Por vezes tenho a sensação que vai conseguir romper-me as entranhas e sair para fora… outras sinto nas minhas palavras a sua influência, a sua fúria invade-me quando estou vulnerável… suores frios… o terror de não o conseguir conter. Sinto as suas garras a dilacerarem-me a carne… Ele fala-me nos meus sonhos. Testa-me constantemente… quando estou na eminência de sucumbir á sua vontade luto com todas as minhas forças… mas se o fixar nos olhos… ele seduz-me, pensamentos de aceitação surgem, e por momentos sinto-me aliviado… por breves momentos a prisão que construi é corrompida, e fico a um passo do caos total… o pior é que sabe bem!