Only a surfer knows... !

... ao fim do dia ... aqui debaixo do céu ... fora do meu meio. O vento ecoa... conversa comigo! murmúrios longos , serenos, indecifráveis! a luz despenha-se contra a água. Milhares de estilhaços reflectem na superfície em todas as direcções.
A calma é assustadora... a beleza sufocante!...
Partilha e respeito são as razões do meu compromisso com este lugar...
Embora seja uma prática simples e objectiva... não existem dois momentos iguais. Por vezes tenho a sensação de que algo mais vai connosco naqueles pequenos momentos, de que alguma coisa se esconde mesmo por de trás daquela parede vítrea .. desconcertante ... arrepiante...
prendo a respiração... tudo deixa de existir fora do abismo! É ali no vortex que vejo quem sou, onde me encontro,... onde por momentos, me sinto vivo... !

Obrigado!

aconteceu-me uma situação caricata há poucos dias...

Numa tarde de forte calor ... após algumas horas dedicado á elaboração de relatórios, cifoticamente debruçado sobre a secretária, cedi á vontade de esticar as pernas e comer um bolinho. Em plena contemplação do meu momento de merecido descanso (... confesso que estava de olhos fechados ...) absorvido pela minha própria existência, saboreando um bom pastel de nata, eis que que uma voz interrompe o meu momento de plena harmonia com um ... " Obrigado Ricardo!" Forçado a acordar do meu estado de nirvana, tentei reconhecer a frequência e o timbre da voz em causa ... mas sinceramente ... em vez de uma resposta , surgiu a pergunta... quem é esta gaja?? Sou confrontado com uma sujeita na casa dos 40 ... que nunca tinha visto mais gorda! Tentei ser racional e rever qualquer situação que pudesse justificar um acto de agradecimento por parte de uma pessoa que nunca tinha visto, ou pelo menos prestado atenção (visto que trabalha na mesma instituição que eu)...

Será que o meu trabalho alguma vez se cruzou com a vida desta pessoa ?
Será que fiz algum favor por parte de terceiros, que de alguma forma influenciou a vida desta pessoa de uma forma positiva?
Será que é Deus e eu estou a ficar maluco?
Será do calor ... estou a alucinar?

... n consegui encontrar justificação para tão bizarro acontecimento!
Demorei uns constrangedores 15 segundos para encontrar uma sequência de palavras que fizesse sentido para a situação em causa ...

o brilhante resultado foi ...

"ã... desculpe ... porque é que diz isso?

Até à altura a situação já estava estranha o suficiente, mas ainda havia esperança para uma explicação razoável! Foi então que ela respondeu ...

"Senti necessidade de lhe dizer isto"

ao qual eu senti-me forçado a responder da forma mais estúpida possível ....

"Bem ... De nada"

Ora bem .... eu pessoalmente não tenho nada contra o consumo de estupefacientes ... prezo a liberdade individual que cada pessoa tem para dar cabo da sua saúde... mas pessoal... eh pá! calma lá nas doses sim ...